quinta-feira, 31 de julho de 2014

Olhos grandes

Olhos grandes

Amor,
E ele me disse:
"Não precisamos ir".
Você leva uma vida cigana,
Mas podemos ficar parados aqui um pouco.
Droga,
E ele me disse,
"Não precisamos ficar",
Podemos usa-la esta noite.

Seus olhos são grandes,
Grandes e verdes.
Os meus,
Negros como a noite.
E feito a noite,
Eu ajo como a escuridão!

Amor,
Não precisamos correr,
O tempo é curto,
Mas andando conseguimos chegar.
E ele me disse:
"Seus dias são gastos como o dinheiro",
Mas amor, 
Não precisa gastar tudo.
Droga,
Não precisamos ficar sem dever,
E ele me disse:
"Você é doente e louca".

Seus olhos são grandes,
Grandes e verdes.
Os meus,
Negros como a noite.
E feito a noite,
Eu ajo como a escuridão!

1 é o preço da solidão.
Quero seus braços,
Vou arrancar sua cabeça.
E mandar para os céus com fumaça branca.



quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quando ela dizia

Minha mãe me enxergava com os olhos cheios de verdades,
E verdadeira era como eu queria ser...
Seu diário escrito num canto sujo da última página,
E meu suor molhando a roupa que ela acabara de lavar para mim.
Mãe, é uma história bizarra que quero te contar,
Não quero ser famosa e nem enriquecer,
Não quero que me diga o que devo ser,
Quero que me aceite assim como eu sou,
O que sou?
Ela perguntava para mim;
E eu nada, nada sou, e doa a quem doer.
Os sapatos que me dera faziam calos em meus pés,
A roupa me apertava e me fazia tremer de frio.
Quisera sim, transforma-me numa linda mulher,
Mas foi fato que Deus criou-me já feia.
Santa no altar?
Menina mal educada e suja,
Sem fama e na lama,
Vai morrer sem nunca conhecer o amor.
Sou o que sou,
Não porque sou,
Mas se assim eu sou.
Então deixe-me ser...
Menina burra, e sem talentos,
Oh pobre vida desperdiçada.
Santa no altar?
Cheiro a rosas mortas e secas,
E você mamãe o que foi antes de trazer-me ao mundo?






terça-feira, 29 de julho de 2014

O dever era das estrelas



O dever não era meu em te amar,
Era das estrelas.
O fato é que eu sou uma vadia,
E você tem que entender que é besteira em me querer.
A culpa não foi minha em te desejar,
E como sempre,
A culpa é das estrelas.
Meu cigarro já está acabando,
E você tem que me trazer mais,
Meu gim posto a mesa,
Tá na hora de fumar e beber.
Quero ser uma gangster,
Quero ser feito uma estrela reluzente no céu.
Sou um astro,
Sou um deus,
Mais um deus que faz as estrelas existirem.
A culpa não foi minha em te querer e te querer como eu quero,
A culpa é das estrelas por você ser tão especial.
Perdoe pelo meu mor a te,
Mas culpe os astros do céu,
E não eu.
E como sempre,
A culpa é das estrelas.





sábado, 26 de julho de 2014

Lílith Parte III

Lílith( parte) III


Seu coração é diabólico,
Mas Deus consegue ser mais malvado que você.
Lílith, assim como você,
Eu também quero ficar por cima,
Porque eu sou bela e sensual,
Porque eu sou uma linda mulher.
Assim como você,
Não vou deixa-lo me comer,
Eu vou comer seus olhos sangrando.
Eu sou o mistério da rua 12,
Eu sou o deserto de sua alma milenária.
Eu sou o prazer que seu sexo esconde quando me ver desvestida.
E para isso,
Andei e seguir teus passos.
Eu sou a sombra que se esconde por detrás de um rosto desfigurado.
Eu sou luxuosa como você,
Sou o passado obscuro de um demônio,  
A mulher perdida no tempo e sem deus algum...

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Rita

Rita
Eu te amei até depois das sombras do tempo,
Te esperei e ainda continuo aqui te aguardando.
Meu peito é espasmo de meus próprios anos,
E eu adormeço no passeio da casa vizinha.
Diz que vai me amar por toda a vida,
Diz que amará meus doces distúrbios,
Eu te amarei até o fim dos tempos,
E ainda mais,
Te levarei comigo.
Eu te guardei dentro de um botão de rosa azul,
E junto com a borboleta dos sonhos eu te esperei mais um milênio.
Você é a mulher que jamais nenhum deus ousara criar,
É tudo de mais puro e ousado já feito.
Te desejarei até o final das horas.
E não me cansarei em te mar e te mar,
Porque sei que um dia pararei,
E novamente te esperarei com um buquê de rosas nas mãos,
E começaremos tudo outra vez,
Pois sempre encontro meu amor todos os dias,
Num mesmo lugar,
Numa mesma pessoa. 


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Carmen

Carmen II

Meu peito refugia a dor da pobre menina louca.
Mas meus pés molham o chão da sombria casa de Amityville.
Minhas sobras estão por toda a parte,
E feito a menina famosa de Hollywood,
Eu desapareço depois de um tempo de sucesso e fama.
Meu licor está, continua em cima da comoda de meu quarto,
E feito um rato eu apodreço em cima de uma cama.

Carmen, Carmen,
Está escuro lá fora.
Os meninos não podem escutar tua voz,
E você não tem como escapar.
Mas escapar para quê?
Se você já é famosa?

Sua vida reduzida a passos de lobo.
Insensatamente fria e congelante este teu coração de pedra,
Amar para quê?
Se você já tem tudo, essencialmente dinheiro e beleza?...
Você tenta escapar de sua sombra,
Fugir da droga de sua vida fútil,
Mas você vai a lama,
E sem desprezo se revolta e se suicida em casa.
Mas as lágrimas de teu rosto são negras,
Tem que correr para refazer e refazer a maquiagem.
Pois todos sempre te pegam chorando num canto.
Como é nojenta,
Você é nojenta.
Pobre vida desperdiçada...

Carmen, Carmen,
Está escuro lá fora.
Os meninos não podem escutar tua voz,
E você não tem como escapar.
Mas escapar para quê?
Se você já é famosa?




quinta-feira, 10 de julho de 2014

Palidez

Palidez

Palidez indesejável,
Mocinha rica e livre.
Ser puta não é pecado,
E também nem crime.
Quero beber um Whisky,
Quero jogar vídeo game,
E assim como o Albert Fish, quero virar assassina.

Menina, menina,
Levada criança,
Tua pele é tão branca,
Que parece cristal.

Meu mundo, 
Um vasto mundo.
Teu cabelo,
Meu cobertor de encanto.
Tua pele é tão fria,
E essa tua palidez de espanto.
Quero ser cruel como Erzsébet Báthory.

Menina, menina,
Levada criança,
Tua pele é tão branca,
Que parece cristal.






terça-feira, 8 de julho de 2014

Gótica


Quero um paraíso divino e não sagrado,
Quero ser puta e não santa.
Vivo em busca do mundo perdido.
Quero ser amada e não torturada,
Viciada e não mortífera.
Vivo em busca do mundo perdido.
Quero ser achada e não esquecida,
Lembrada e não perdida,
Vivo em busca do mundo perdido.

A borboleta azul falou meu nome,
O mundo do sonho,
Cantora e poeta,
Não foi artista apenas vadia,
Viveu pouco mas viveu algum tempo.

Sou arrogante e não assassina,
Mal educada e não deselegante,
Vivo em busca do amor solitário.
Sou vagabunda e não prostituta,
Feiosa e não desajeitada,
Vivo em busca do amor solitário.
Sou mal morada e não muda,
Sou singela e não sagrada,
Vivo em busca do amor solitário.
Não sou cristã e nem sou ateia,
Sou apaixonada por mulheres e não lésbica,
Vivo em busca do amor solitário.

A borboleta azul falou meu nome,
O mundo do sonho,
Cantora e poeta,
Não foi artista apenas vadia,
Viveu pouco mas viveu algum tempo.





segunda-feira, 7 de julho de 2014

O mundo triste de Bia


Bia não quer comer,
Tá com birra querendo chorar.
Faz cara de choro para mim,
E o livro me faz ler,
Para dormir e sonhar.
Bia quer mingau?
É bom para crescer,
Guardei o teu ultimo retrato,
Tá vendo Bia?
Papai não é assim tão mau.
Depois de fazer xixi,
Lavar as mãos e deitar,
O sonho comigo é tão bom Bia...
É só relaxar e dormi,
Que belos sonhos terá.
Oh menina danadinha,
Quer brincar com o paletó do papai?
Tira os sapatos de sua mãe,
E poê de volta no lugar.
Quer boneca ou bico?
Não faz isso com o papai,
Se não te boto de castigo,
E você terá que rezar.
Olha Bia o passarinho,
Da foto o mundo lembrará,
E irá pronunciar teu nome,
"Pobre Bia nem teve infância",
Bia vem para o seu papai,
Faz bico para mim faz,
Que eu sujo e emporcalho você,
E só depois vão saber,
Que Bia foi enterrada no quintal de casa.
Mas daqui para lá,
Você não será a única,
Criança ou não,
Depois que eu usar você,
Nem queira saber,
Mas você nada mas será,
Que mais uma criança estuprada e assassinada,
Mas uma vítima que Deus não quis salvar.
Vem Bia vem,
Chamarei a mamãe depois,
Ela não consegui te escultar?
E nem perceber teu triste rosto.
Vem Bia vem,
Não faz assim que doí,
Não tenho culpa se não consigo me controlar,
Deus não irá te perdoar,
Por me fazer pecar dessa forma.
Eu abandonarei Bia no relento,
E todos irão se culpar,
Por não terei salvo a pobre Bia.
E eu?... Só serei mais um animal,
Que matou uma pobre menina.
Vem Bia tomar seu mingau,
A foto já foi guardada,
A Bia ficou tão sensual,
Vou leva-la para brincar no quarto.
Opa,me esqueci,
Bia já não está mais aqui,
Mas no quintal de casa.

A verdadeira Bia que carrega um outro nome, morreu em 1995, estuprada e espancada pelo seu padrasto e sua mãe.







Oliver

Oliver

Diz que vai voltar Oliver,
Sem você aqui é pouco prazeroso.
A luz brilhando em meu rosto,
Essa falta aqui sua me assustando.
Diz que vai me amar Oliver,
Com o teu carinho me sinto pura.
O teu abandono massacre-me ferozmente,
E a minha alma ficando no escuro.

Oh Oliver,
Oh Oliver,
O escuro está me perseguindo,
Eu corro mas ele consegui me alcançar.

Oliver quer adorar-me feito uma deusa,
A solidão aqui é uma ótima companheira,
A fome que eu sinto em te amar...
Oliver você partiu meu coração ao meio,
Mas mesmo assim eu te amei por inteiro,
Você foi e será meu único homem.
Oliver o adeus é tão triste,
Mas nós dois andamos de mãos dadas,
E nessa longa caminhada,
É fato que acabaremos juntos.

Oh Oliver,
Oh Oliver,
O escuro está me perseguindo.
Eu corro mas ele consegui me alcançar.

Oliver diga-me que irá voltar.
Oh Oliver,
Oh Oliver.






Freira


Freira

Deus me pediu e se despediu logo em seguida.
Deus me pôs de volta no lugar de antes.
Eu quero falar com os seus anjos,
E fumar cigarro com Jesus.
Tá na hora da minha missa,
Tá na hora de tomar o meu vinho,
Meu cigarro posto a mesa,
E eu quero ser igual Jesus,
Eu sou Jesus,
Feito Jesus.

Eu sou a menina do Manchester,
A garota do  Manchester
Bebê, do  Manchester.

Vou falar de um deus qualquer,
Isso eu vou.
Minha rebelião de anjos chegou,
isso, chegou.
É tão linda aquela santa no altar,
Eu no altar,
Vou saltar para Nova Iorque.
Tá na hora de minha missa,
Tá na hora de tomar meu vinho,
Meu cigarro posto a mesa,
E eu quero ser igual Jesus,
Eu sou Jesus,
Feito Jesus.

Eu sou a menina do Manchester,
A garota do  Manchester,
Bebê, do  Manchester.







sexta-feira, 4 de julho de 2014

Qualquer coisa


Neste lugar, 
Tão gelado feito a morte.
Desespero parece ser sorte,
Mas a vida passa de vagar.
E da janela que eu olho,
Vejo o vento chamar.
Meu nome é pronunciado de forma exata,
Nem é tão fácil de acreditar,
Mas pare e olhe para a sua frente,
E deixe a imaginação reinar.
Pois daqui a diante,
Ninguém ira nos chamar.
Andaremos agora sozinhos,
Nem é preciso chorar... 

terça-feira, 1 de julho de 2014

O tamanho de uma solidão


O tamanho de uma solidão

É tão deprimente,
Tão vazio feito um câncer,
É tão doentio e nojento,
Tão simples assim...
Como não ter amigos.

Família, família.
Eu quero uma família que me ame,
Eu quero amigos que me curem,
Eu quero ser feliz feito os ricos.

Um olhar esgotado,
É tão pobre feito um lixo,
É tão estranho feito um monstro,
É tão feio feito um bicho.
Tão natural como não ter amigos.

Família, família.
Eu quero uma rosa azul,
Eu quero um vinho de 69,
Eu quero ser contente feito os loucos.

E é sempre tão atencioso,
O sofrimento sempre tão companheiro,
Sempre tão tedioso,
A solidão sempre tão amigável,
O ódio não faz parte do meu vício,
Um copo de cólera tão parecido como a taça de vinho. 

Família, família.
Eu quero a borboleta azul,
Eu quero plantar espaguete,
Eu quero ser alucinada feito os malucos.

Eu tenho dias gêmeos,
Minhas unhas crescem junto ao tempo,
E eu vou morrendo amargamente,
Por ai... 
Caindo pelas ruas.

Família, família.
Eu quero uma família que me ame,
Eu quero amigos que me curem,
Eu quero ser feliz feito os ricos.














Meu relógio prateado

Meu relógio prateado 

Disseram-me certa vez.
 
Músicas héteros, 
Poesias héteros, 
Mulherzinha hétero. 
Não! Gay até a morte. 

Mãe eu quero cantar,
 
Pai eu Quero foder, 
Família eu vou me Exportar, 
Morrer de drogas, sexo e orgia. 

Sem amigo algum para contar meus segredos.
 
Meus olhos pingam o chão. 
O teto está sujo de Sangue, 
Não sinto medo do ar que respiro, 
Mas quero morrer extasiada. 

Mãe eu quero cantar,
 
Pai eu quero foder, 
Família eu vou me exportar, 
Morrer de drogas, sexo e orgia. 

Mãe eu quero cantar,
 
Pai eu quero foder, 
Família eu vou me exportar, 
Morrer de drogas, sexo e orgia.