Demasiadamente
louca
Menina, menina,
Olhos verdes me
cercam,
As pernas longas
correm mais rápido que eu.
A pele é branca,
A barba é longa,
Se mostra como
santo.
Quando eu crescer
vou plantar espaguete,
Nada mais gostoso
de fazer.
Vou pendurar bandeirolas.
Meu celular, mar,
navegar, zarpar para Nova Iorque.
O navio zarpou,
O avião partiu.
Quando eu crescer
vou plantar espaguete,
Nada mais gostoso
de fazer.
Me amaldiçoaram
com a indecência,
Retrato azul na
parede,
Olho verde
seguindo,
Pernas correndo,
Sorvete quente,
O chão sujou de
lama.
Pegadas no teto
deste apartamento,
Quando eu crescer
vou plantar espaguete,
Nada mais
divertido para fazer.
Tem corvos em
toda parte deste rosto lamentável,
Na sala os livros apodrecem num canto.
A cama está desarrumada.
Quero uma namorada feiosa, desajeitada,
Ser puto nos velhos filmes de Tarzan!
Meu pai fumava,
E agora ato herdado para mim.
Minha mãe gemia o céu rosa,
E rosa era como eu queria estar...
Quando eu crescer vou plantar espaguete,
Nada mais gostoso de fazer.
A TV Fica chiando a todo momento,
E os grilos cantam e cantam sem parar.
Sapato preto,
Caixa preta do meu cérebro,
A cruz virada torta,
Pés fora do lugar,
Bandeirolas, bandeirolas, bandeirolas...
Chi-nês...
Quando eu crescer vou plantar espaguete,
Espaguete, espaguete, espaguete.
Es-pa-gue-te.
Nada mais gostoso de fazer,
Do que plantar espaguete no quintal de casa.
Caixa preta do meu cérebro.
Quando eu crescer,
Vou plantar espaguete.