segunda-feira, 30 de junho de 2014

Um ar de felicidade


Um ar de felicidade

A moça das horas,
A dança da noiva,
 O sumo do vento,
O ar esgotado,
O amor passageiro,
As entrelinhas não ditadas,
O escuro, o vaco, o silêncio,
O som do silêncio,
O nobre silêncio,
O ar esgotado.
Uma vida em segredo,
Um amor escondido,
Uma loucura demasiada,
Cabelos ao vento.
Um ar de felicidade,
Um ar de felicidade negada,
U ar de felicidade renegada,
Um ar de felicidade esgotada.
Realmente esgotada.
Uma felicidade excitante e que me deixa assim...
Assim sem palavras,
Só me sinto feliz quando estou com meu amado.
Ha... Esse copo de conhaque  e essa carteira de cigarro,
Em fim... Morro contando os goles.



domingo, 29 de junho de 2014

Somos o que somos

Somos o que somos

Eu neguei aquele espelho de presente,
Um vaso chinês que me deram no natal passado.
Meu carro quebrou na esquina e eu sumi naquele escuro.
Mas logo me encontraram e eu estou aqui.
Do jeito que eu sou,
como eu sou,
Mas não me deixe ir embora antes do jantar.
Pois comerei teu sexo por inteiro.
Você é bem diferente de mim,
E assim,
Viveremos para sempre em um tempo curto.

Somos o que somos,
É fato!
Não devemos nos esconder nunca.
Pois feito o fogo,
Apagamos e reacendemos mais forte que nunca.

Não posso negar que você me vicia mais que a cocaína.
E a mente, meu passado me condena.
Meu rosto é tão cheio de lembranças desordenadas,
Mas como sempre o meu Karma me persegue,
Os fantasmas de tempos remotos correm atras de mim,
E eu não consigo escapar do monstro da neblina.
Já você, para você,
Tudo parece ser mais calmo.
Menina levada e feliz,
Feito um passarinho contente no ar,
E no mar, dois golfinhos se amando.

Somos o que somos,
É fato!
Não devemos nos esconder nunca.
Pois feito o fogo,
Apagamos e reacendemos mais forte que nunca.






Lílith(II parte)

 Lílith (II parte)

Lílith:

Que doce menina,
Essa é boa demais...
Agora sei que posso tocar em teu sexo,
Quando ela estiver dormindo.
Nem dará para perceber.
Mas ao contrário dela,
Eu sou uma garota má e não tento esconder.

Eva:

Lílith
Oh Lílith.
Eu aceitei sua maçã,
Eu enjoei deste Paraíso.

Lílith:

Eu acertei quando te escolhi,
Mas tem que vir comigo quando eu te chamar.
A garota malvada é inocente,
Mas tem fama de santa.
Eva não foi você quem errou ou pecou quando aceitou a maçã que te dei.
Deus foi malvado e te deixou aceitar.
Foram escolhas suas,
Você quem abriu caminho para mim,
Você quem fez o cigarro existir,
Grande avanço você deu ao mundo!

Eva:

Lílith
Oh Lílith.
Eu aceitei sua maçã,
Eu enjoei deste Paraíso.



quinta-feira, 26 de junho de 2014

Eva e Lílith


Eva e Lílith

Você pode me ver pelos corredores,
Mas eu não sei como te achar.
Os campos já estão florescidos,
E eu já sei como te encontrar.
Seus sonhos são esquisitos,
Mas Lílith eu não me importo de viver contigo!
Sou uma menina má,
Me dê a maçã,
Deixe-me ser a eva bíblica,
Deixe-me, oh Lílith, deixe-me, oh, por favor, deixe-me ser.

Perdida, perdida,
A serpente me encontrou,
Pude conhecer todos os pecados em suas mais diversas formas,
E o amor não estava entre eles,
Pois o amor que sinto não existe!

Você me abraça entre as salas escondidas,
Mas meu pecado sempre esteve ali, 
Ele sempre existiu.
Estudei a vida toda,
Mas Lílith, entre o jardim e o deserto eu escolho você.
Dá para me encontrar entre a floresta dos sonhos,
O som daqui é alto de mais.
E uma pedra é dura para eu por no lugar do meu coração.
Por tanto eu serei a Eva,
E você me corromperá,
Até a morte conseguir me encontrar perto de um pé de maçã.

Perdida, perdida,
A serpente me encontrou,
Pude conhecer todos os pecados em suas mais diversas formas,
E o amor não estava entre eles,
Pois o amor que sinto não existe!








terça-feira, 24 de junho de 2014

Papai cadê

Papai cadê?

Papai onde está?
Papai onde está?
Papai onde está você?
Papai onde você está?

Vivendo assim,
Querendo sempre correr.
Ser perfeito,
Eu não sou perfeito.
A vida é curta de mais para chorar agora,
Não dá para saber dos minutos.
Um pai sempre ausente,
Os meninos da rua estão brincando com seus pais,
E o meu cadê?

Papai onde está?
Papai onde está?
Papai onde está você?
Papai onde você está?

Eu me pareço com meu pai,
E ele lembra á mim,
E meu filho se parecerá comigo,
Porque pai e filho é assim que deve ser.
Sou um detestável,
Sou um irresponsável,
Mas por favor,
não ofenda o papai,
Ele foi fazer compras no shopping,
E ainda não voltou.

Papai onde está?
Papai onde está?
Papai onde está você?
Papai onde você está?

Vou fugir de casa,
Pular a janela dá para o jardim,
O meu quarto bagunçado de ervas e mais ervas.
E você quer massacrar papai,
Mas saiba que eu não deixarei.
Não fale mal do papai,
Ele foi viajar,
Passar vinte anos fora,
E eu ainda o espero,
Pois ele voltará.

Papai onde está?
Papai onde está?
Papai onde está você?
Papai onde você está?






quinta-feira, 19 de junho de 2014

Demasiadamente louca

Demasiadamente louca

Menina, menina,
Olhos verdes me cercam,
As pernas longas correm mais rápido que eu.
A pele é branca,
A barba é longa,
Se mostra como santo.
Quando eu crescer vou plantar espaguete,
Nada mais gostoso de fazer.
Vou pendurar bandeirolas.
Meu celular, mar,  navegar, zarpar para Nova Iorque.
O navio zarpou,
O avião partiu.
Quando eu crescer vou plantar espaguete,
Nada mais gostoso de fazer.
Me amaldiçoaram com a indecência,
Retrato azul na parede,
Olho verde seguindo,
Pernas correndo,
Sorvete quente,
O chão sujou de lama.
Pegadas no teto deste apartamento,
Quando eu crescer vou plantar espaguete,
Nada mais divertido para fazer.
Tem corvos em toda parte deste rosto lamentável,
Na sala os livros apodrecem num canto.
A cama está desarrumada.
Quero uma namorada feiosa, desajeitada,
Ser puto nos velhos filmes de Tarzan!
Meu pai fumava,
E agora ato herdado para mim.
Minha mãe gemia o céu rosa,
E rosa era como eu queria estar...
Quando eu crescer vou plantar espaguete,
Nada mais gostoso de fazer.
A TV Fica chiando a todo momento,
E os grilos cantam e cantam sem parar.
Sapato preto,
Caixa preta do meu cérebro,
A cruz virada torta,
Pés fora do lugar,
Bandeirolas, bandeirolas, bandeirolas...
Chi-nês...
Quando eu crescer vou plantar espaguete, 
Espaguete, espaguete, espaguete.
Es-pa-gue-te.
Nada mais gostoso de fazer,
Do que plantar espaguete no quintal de casa.
Caixa preta do meu cérebro.
Quando eu crescer,
Vou plantar espaguete.



quarta-feira, 18 de junho de 2014

Não precisa ir

Não precisa ir

Eu quero ser uma garotinha da noite,
Bebedeiras, bebedeiras.
É uma pena, mas tive que me ver partir.
E eu não posso ser uma mulher comum.
Meu bem, eu me sinto viva por alguns tragos que tiro,
Tente ao menos entender isso,
Parece tão óbvio para você?
Um animal desrespeitoso,
Boa vida,
Má fama de durão,
Cigarros e bebidas.
Deus te pegou e você conseguiu escapar, certo?...
Mas não vá,
Não precisamos ir,
Não vá meu bem,
Tenho a alma negra,
Assim... Sim... Como a noite!
Cortei meus cabelos na pia,
E atirei-me pela janela a fora,
Olheiras e boca ressecada,
E mesmo podre eu canto para você,
Basta me ouvir.
Não vá,
Por favor, me escute,
Não vá.
Não me deixe só.
Assim... Como a noite,
Mas as vezes eu também choro.

Lílith (I parte)

Lílith (I parte)

É uma pena que a sua cabeça falhou,
E na hora errou o lugar,
Rumo errado pegou,
E agora está morta.
Mas sua vadia,
Você desperdiçou sua vida,
Logo quando nasceu.
Deus não gostou de te ter no mundo,
E feito uma Lílith,
Você deve partir,
Enquanto ainda é cedo.
Quantos anos se passaram desde a morte de teu pai,
Ele não foi nada,
Não valeu a pena viver.
E estão mortos, mortos...
Desventurados,
Aqueles que vivem contando o sumo das horas.
Mas ainda posso te dar a maçã,
Seja uma Eva,
Sou a serpente que você cria em casa,
Te beijarei e te cortarei a garganta.
Mas não me leve a mal,
Sonhar é arte,
E como uma arte, 
Nem sempre gostamos.
Lílith onde está você?
Onde está você Lílith?
Onde pode está?
Lílith eu chamei você,
Meu nome é Eva,
Eu sou a Eva,
Eu sou a menina má que Deus pós no jardim do Éden.
Eu sou a menina má!




Ao lado Norte

Ao lado Norte

Ao lado Norte,
Lá está o meu caminho,
Destino,sorte...
E vou correndo,
Sem endereço,
Chegarei logo.
A vida é breve,
E meu tempo se esgota.
Ouvindo música,
Ouvindo música,
Eu vou, eu vou...
Eu vou, eu vou...

Ao lado Norte,
É cedo para vencer ainda.
Cheguei aqui agora,
E já pintei meus lábios de preto.
Meus cabelos longos são feitos de trovão.
Mas tudo pela metade.
Serei a maçã que a Eva comeu,
E você lamberá os dedos...
Colem em mim o jornal,
De jornal.
Baby segure a minha gargantilha e não falhe nunca.
Meu véu caiu no chão imundo.
É escuro e vazio.
Bebê eu sou a dama que queria tanto,
Eu sou a dama de preto que você esperava.

Ao lado Norte,
 Não tenho número de apartamento, 
Nem identidade...
Esqueci do meu passado,
Viverei contando os segundos,
Estou viva.
E tudo é música.
Quando te beijei algo se ergueu dentro de você.
Teu olhar é vazio,
E igual a mim, Deus também não te ama.
Mas eu vou cantando,
Sim, cantando.
Aqui é escuro e tem um cheiro esquisito.

Ao lado Norte,
Eu vou cantando a música,
A música que toca.
Baby segure a minha gargantilha e não falhe nunca.
Meu véu caiu no chão imundo.
É escuro e vazio.
Bebê eu sou a dama que queria tanto,
Eu sou a dama de preto que você esperava.
Baby segure a minha gargantilha e não falhe nunca.
Meu véu caiu no chão imundo.
É escuro e vazio.
Bebê eu sou a dama que queria tanto,
Eu sou a dama de preto que você esperava.
É escuro e vazio,
Escute o vaco, o vaco é tudo e mais nada se encontra neste lugar.
Bebê eu sou a dama que queria tanto,
Isso, eu sou...
Isso, eu sou...
 A dama que queria tanto,
Tanto...
Isso, eu sou...
Isso, eu sou...
Que queria tanto,
A dama que queria tanto...
A dama que você esperava!










terça-feira, 17 de junho de 2014

Metade de uma felicidade

Metade de uma felicidade

De boca preta,
Venenosa em meu furgão.
Saí de casa aos meus treze anos,
Fumando cigarro e jogando pedra no rio.
Eu vou cantando a música que o Albert Fish cantou antes de assassinar suas vítimas.

Agora metade em mim brilha,
A outra metade, face minha.
Má impressão,
Vaso chinês quebrado.
Que se foda aquele que não ouviu os berros de um homem sendo morto,
Que se foda aquele que não fode...

A luz aqui brilha forte,
Forte é o cheiro do meu corpo,
Brilhante é o meu sexo.
Meu cabelo é preto e longo,
Eu sou a Lílith e trago comigo esta maçã envenenada.
Eu sou a canção que Ed Gein ouviu antes de matar você.

De boca preta,
Venenosa em meu furgão.
Saí de casa aos meus treze anos,
Fumando cigarro e jogando pedra no rio.
Eu vou cantando a música que o Albert Fish cantou antes de assassinar suas vítimas.

É difícil de contar as estrelas,
Pronunciar meu nome de maneira correta,
Difícil de ser amada,
Sou uma matéria podre meu bem.
Mas dá para ouvir lá de fora,
As notícias sobre as guerras,
E ao mesmo tempo sorri para uma criança. 

A luz aqui brilha forte,
Forte é o cheiro do meu corpo,
Brilhante é o meu sexo.
Meu cabelo é preto e longo,
Eu sou a Lílith e trago comigo esta maçã envenenada.
Eu sou a canção que Ed Gein ouviu antes de matar você.

A luz aqui brilha forte,
Forte é o cheiro do meu corpo,
Brilhante é o meu sexo.
Meu cabelo é preto e longo,
Eu sou a Lílith e trago comigo esta maçã envenenada.
Eu sou a canção que Ed Gein ouviu antes de matar você.
Matar você.
Matar você.










segunda-feira, 16 de junho de 2014

Uma história curta sobre papel

Uma história curta sobre papel

Papel,
Papel pálido,
Sem nada escrito,
Com linhas misteriosas.
Pare! Sinta o cheiro do papel,
Papel silêncioso,
E tão cheio de segredos,
Você olha e olha o papel,
Não tem letras,
Não tem nomes,
Nem se quer um riscão acidental.
Você tenta descobrir suas minúsculas partículas.
E você tenta compreender a sua composição material.
Desentendido você olha,
Olha sem entender o papel em branco.
Tenta desvendar a mágica,
Por que será que criaram algo assim?
Sem nada dito ou escrito,
Sem nada pintado ou desenhado, riscado ou rasurado.
Mas no final da história,
Você descobre que são suas palavras, seus desenhos, seus rabiscos que criam no papel,
Um mundo mágico...
Você é o poema escrito no papel pálido,
Em fim, o papel ganha vida.