quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quando ela dizia

Minha mãe me enxergava com os olhos cheios de verdades,
E verdadeira era como eu queria ser...
Seu diário escrito num canto sujo da última página,
E meu suor molhando a roupa que ela acabara de lavar para mim.
Mãe, é uma história bizarra que quero te contar,
Não quero ser famosa e nem enriquecer,
Não quero que me diga o que devo ser,
Quero que me aceite assim como eu sou,
O que sou?
Ela perguntava para mim;
E eu nada, nada sou, e doa a quem doer.
Os sapatos que me dera faziam calos em meus pés,
A roupa me apertava e me fazia tremer de frio.
Quisera sim, transforma-me numa linda mulher,
Mas foi fato que Deus criou-me já feia.
Santa no altar?
Menina mal educada e suja,
Sem fama e na lama,
Vai morrer sem nunca conhecer o amor.
Sou o que sou,
Não porque sou,
Mas se assim eu sou.
Então deixe-me ser...
Menina burra, e sem talentos,
Oh pobre vida desperdiçada.
Santa no altar?
Cheiro a rosas mortas e secas,
E você mamãe o que foi antes de trazer-me ao mundo?






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